IX Conferência Municipal
dos Direitos da Criança e
do Adolescente
São
Vicente 2011
Índice
1.Introdução
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01
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2.Apresentação do
documento
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02
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3.Processo das pré –
conferências
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03
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3.1 – Área Continental –
CRAS - 30.08.2011
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03
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3.2 – ONG Camará – 13.09.2011
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09
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3.3 – CER Vila Margarida – 20.09.2011
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13
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4. Dia 30 de setembro de 2011 – A Conferência Municipal:
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14
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4.1 - Regimento Interno:
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23
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4.2 – Propostas aprovadas:
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29
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4.3 - Questões relevantes que surgiram nas
pré- conferências da criança e adolescentes relacionadas a outras políticas
setoriais:
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4.4 - Moções:
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5. Considerações acerca da Comissão Organizadora e da preparação
das pré – conferências e da Conferência:
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6. Considerações acerca do dia da Conferência:
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7. Considerações acerca do CONDECA e do CONANDA no processo de
produção das conferências no estado de São Paulo.
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8. Documentos que foram
emitidos posteriormente à Conferência
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9. Organização Municipal para a realização da Conferência
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10. Importância de recuperar o passado de conferências
anteriores.
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11. Importância da Conferência Municipal.
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43
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12. Fiscalização do CMDCA quanto ao cumprimento do proposto na
conferência.
13- Memória Fotográfica
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14. Anexos
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1.
Introdução:
A
cidade de São Vicente avança ano a ano na perspectiva de construir políticas
públicas voltadas a população de modo a ofertar mais qualidade de vida e
condições de dignidade a todos aqueles que pertencem à cidade. Com relação aos
conselhos de direito no município, estes tem sido responsáveis em grande medida
pelas diretrizes de construção das políticas públicas e suas prioridades.
A
cidade possui diversos conselhos municipais, sendo o CMDCA (Conselho Municipal
de Direitos da Criança e do Adolescente), um dos principais responsáveis por
diversos elementos transformadores no município, inclusive com referência a
lógica dos eventos, sua apresentação às autoridades e, portanto, quanto à
importância dada às escolhas e desejos da infância e da adolescência vicentina.
Nesse sentido o CMDCA SV legitima a fala e o pensamento da infância e da
adolescência acolhendo seus desejos, trabalhando as questões de modo a tentar
contemplar o que se pretende, bem como trabalhando o exercício de uma cidadania
responsável e ativa, consciente de seu papel, seus direitos e responsabilidades
frente o processo de construção de um tempo de vivência coletiva, mais justa e
respeitosa.
Cabe
ressaltar o histórico papel do Conselho de Direitos de Crianças e Adolescentes
nos últimos 21 anos na formulação de políticas inclusivas e abrangentes capazes
de minimizar a violação de direitos a qual está exposta a infância e
adolescência brasileira ao longo dos últimos 70 anos.
Através
do Estatuto da Criança e do Adolescente criado e aprovado em 1990, o papel dos
Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente no Brasil passou a ser
preponderante no que se refere à adoção de medidas capazes de transformar
verdadeiramente crianças e adolescentes em sujeitos de direitos. O E.C.A., lei
8.069/90 legitimou juntamente com a Constituição Federal Brasileira, que é
papel conjunto da família, da sociedade e do Estado o cuidado com a infância e
a adolescência brasileiras consideradas prioridade absoluta.
Infelizmente
no Brasil ainda muito precisa ser feito apesar da consolidação do Conselho
Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA, no estado de São
Paulo e demais estados da nação os Conselhos Estaduais de Direitos da Criança e
do Adolescente – CONDECA, bem como os CMDCAs, Conselhos Municipais de Direitos
da Criança e do Adolescente na maioria das cidades brasileiras. Porém apenas a
existência desses órgãos com membros representantes dos governos, organizações
não governamentais e sociedade civil não basta se não houver vontade política
de realizar aquilo que necessariamente precisa acontecer.
Principalmente
nas cidades e nos estados que mais facilmente conseguem reconhecer suas deficiências de atuação, sua necessidade
de implantação ou implementação de políticas públicas que efetivamente protejam
crianças e adolescentes da violência ou violação de direitos as quais estão
expostas ainda hoje milhares de crianças e adolescentes no país.
Com
essa idéia corroboramos a certeza de que cada CMDCA é responsável pela
formulação, efetivação e fiscalização dos serviços existentes na cidade a qual
pertence. Sem excluir em nenhum tempo a necessidade efetiva de colaboração e
consolidação financeira de participações ativas do estado e federação que
contribuam significativamente nas mudanças necessárias.
Ainda
hoje no Brasil muito necessita ser feito para que avancemos e consolidemos a
autonomia dos conselhos de direitos nas cidades e nos estados. Na verdade o
processo histórico de que padece o povo brasileiro, em certa medida contribui
para que em muitas localidades os conselhos de direitos nada façam em termos de
avolumar a promoção e efetivação de políticas públicas abrangentes e
competentes e sim que reafirmem a inércia de gestores que nada fazem e nada
querem fazer.
Nesse
sentido esse documento retrata o diferencial que São Vicente imprime nos
últimos anos. Nossa cidade atua, avança e apesar das inúmeras necessidades de
mudanças ainda, podemos dizer que muito vem sendo realizado de maneira
democrática, participativa e com a transparência a qual se propõe qualquer
órgão que pretenda ser alicerce de transformações sociais que alteram a
história e conduzam a avanços profundos, duradouros e consolidados, capazes de
servir como esteio de novas transformações conforme faz – se necessário no
processo evolutivo humano.
2.
Apresentação do documento:
O
presente documento registra o processo de desenvolvimento das pré- conferências
realizadas na cidade de São Vicente que antecederam a IX Conferência Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente e a IX Conferência.
As
pré – conferências ocorreram na cidade nos dias 30.08, 13.09 e 20.09. Os
momentos em cada local estão aqui relatados. Cabe salientar ainda que São
Vicente realizou conferências livres e estas não estão relacionadas em detalhes
em função de serem apenas norteadoras de desejos, propostas e temas abordados
nas pré- conferências, bem como na IX Conferência Municipal.
A IX
Conferência Municipal aconteceu no dia 30.09.2011 na Câmara Municipal da
cidade.
Nesse
documento estão relatados os diversos momentos importantes para a concretização
de um processo fundamental, abrangente e que contou com o envolvimento direto
de aproximadamente 1.000 pessoas considerando – se as pré-conferências,
conferências livres e a própria conferência, além dos profissionais envolvidos
na execução do evento.
Ainda
compõem o presente registro os documentos encaminhados do CONANDA e do CONDECA
bem como o regimento aprovado na cidade de São Vicente para a IX Conferência
Municipal. Importante também considerar as questões relacionadas à organização
nacional, estadual e municipal do evento.
Consta
também desse registro as propostas aprovadas, o processo de eleição dos
delegados e algumas questões que São Vicente através do CMDCA levará aos demais
conselhos de direito de crianças e adolescentes na esfera estadual e nacional
com referência a organização e formulação das propostas para a realização das
Conferências nos municípios, regiões e estados até a Conferência Nacional.
3.
Processo das pré - conferências:
3.1
– Área Continental – CRAS - 30.08.2011
Aconteceu
das 13 às 17hs no
CRAS – Centro de Referência de Assistência Social situado no Parque das Bandeiras na região
continental de São Vicente.
O mediador da pré- conferência foi o Sr. João
Carlos iniciou os trabalhos apresentando o que seria realizado naquele momento.
Quais os eixos a serem discutidos na pré- conferência para ser levadas
propostas à conferência municipal de acordo com as diretrizes nacionais e
estaduais.
Eixo 1 - Promoção dos Direitos de
Crianças e Adolescentes;
Eixo 2 - Proteção e Defesa dos
Direitos;
Enfatizou
a importância do momento informando o que era a pré – conferência, a que se
propunha e como o encontro serviria para formular propostas para a
cidade nos próximos dois anos, bem como propostas para a Conferência Regional, Estadual
e Nacional. Como um breve aquecimento
solicitou aos presentes que se apresentassem e dissessem o que pensavam naquele
momento que estariam fazendo ali. Alguns dos presentes se manifestaram. Abaixo
relato de alguns deles:
Otávio – ouvir;
Rafaela – aprender;
Julia – que é do CAMP, participar, discutir;
Gabriel – também do CAMP, ouvir, aprender, tentar falar , expressar
idéias;
Marcelo – CAMP veio ter
conhecimento, participar, ver o motivo da experiência;
Igor – CAMP, discutir com as
pessoas;
Marcia – presidente do CAMP
– disse da importância do direito a fala;
Lais – CAMP – já participou
de outras pré- conferências e cada vez é uma nova experiência;
Lucas - do Caminho Rio
Branco veio para ver idéia s novas,
conhecer mais, participar, ouvir;
Graça – vice-diretora da
Escola Esmeraldo Tarquínio que estava de licença prêmio – veio conhecer pela
primeira vez as discussões;
Ana Paula – CAMP Educadora
Social veio ver novas ideias, expor idéias quer renovação;
Claudia – Conselheira Tutelar
relatou que é sua nona participação em conferências e estava muito feliz por
estar presente mais uma vez;
Patrício – veio expressar
ideias e adquirir conhecimentos;
Marlene – CER Vila Emma –
espera aprender;
Vitor – 09 anos quer ver;
Elaine – Conselheira Tutelar
da Área Continental veio e disse que o
plantão acabou de acionar, teria que ir embora;
Sueli – APAE SV e
colaboradora do CMDCA – disse querer
ouvir ideias;
Valeria CAMP Rio Branco
queria participar e alguém para conversar coisas novas;
Larissa – 15 anos CAMP –
aprender um pouco e discutir;
Álvaro - do Projeto Camará – segmento cultura – para
ouvir atentamente para colocar em ação as nossas ideias até e esperar novas
propostas para dia 30.09 na Conferência;
Jonatan – mora na Gleba – CAMP – discutir e por em
pratica nossas ideias é aluno da Escola Mario Covas na Gleba;
Mariana – 14 anos CAMP –
aprender e dar opiniões;
Valeria – Educadora Social do
Projeto Camará, membro da comissão da conferência e conselheira de direitos do
CMDCA disse que seria interessante participar, construir coisas novas, esperava
consenso coletivo, boa relação do grupo com todos se conhecendo. Convidou quem quisesse e
pudesse participar da Conferência do dia 30.09;
Eleonora – coordenadora do
Rio Branco e mediadora de conflitos, espera conhecer coisas novas e ver muitas
propostas interessantes;
Nalva – Associação Primeiro
de Maio quer voltar mais vezes;
Carolina – aprender conhecer
e expressar ideias;
Gabriela – quer falar e
conhecer;
Guilherme – Luiz D’Áurea e
CAMP veio aprender;
Ingrid Vitoria – Armindo e
CAMP veio aprender;
João Carlos - 54 anos,
Projeto CAMARÁ, colaborador do CMDCA espera aproveitar muito cada momento da
pré - conferência para dividir com as pessoas conhecimento e aprendizado;
Lucas – 14 anos, CAMP
Esmeraldo, deseja saber cada vez mais;
Valdeir – dar opiniões e
ouvir;
Roberta – 16 anos CER e Esmeraldo Tarquínio quer aprender, ouvir e
expressar conhecimentos e ideias;
Samela - 14 anos, Esmeraldo – CAMP – escutar um pouquinho e
falar;
Giesel - 14 anos CAMP – Armando Vitorio Bei quer conhecer mais um pouco e saber aprender;
Neide - CER veio escutar e colaborar;
Laila – coordenadora administrativa do CER Jardim Rio Branco ,
primeira vez que participa de pré – conferência
e deseja aprender;
Pâmela - monitora CER Jardim Rio Branco, quer ouvir e
aprender;
Tânia – Assistente Social do
CRAS Parque das Bandeiras – primeira vez que participa de pré – conferencia de crianças e
adolescentes e deseja aprender “junto
com vocês”;
Tamires - estagiaria de psicologia
deseja participar e trabalha no CRAS Parque das Bandeiras,
informou ainda que estavam há 26 dias na casa nova do CRAS – recebendo pela
primeira vez pessoas e muito feliz com a participação;
Juliana – estágio de serviço
social quer aprender e participar,
trabalha no CRAS Parque das Bandeiras;
Gil - Educador Social do CAMP quer ajudar nas futuras propostas e quer contribuir
na terceira conferência e nos trabalhos;
Rosana Leite – Assistente Social coordena o CRAS e a Bolsa Renda Cidadã e o Ação
Jovem, Pro Jovem , feliz por receber as pessoas aqui mas está com problema e
não pode fazer melhor, pediu desculpas e agradeceu a presença;
Assim terminaram as
apresentações ficando facultada aos demais a apresentação ou não.
Cabe lembrar que na
sequência do evento muitos outros participantes chegaram e não se repetiu o
momento de apresentação.
O mediador João Carlos informa
da proposta de assistir uma parte do documentário: Crianças Invisíveis.
Informou que o documentário foi feito a pedido da ONU para alguns diretores de
cinema do mundo a fim de que retratassem a realidade de crianças e adolescentes
em seus países. Apenas sete diretores responderam à solicitação. A história de
Bilu e João foi a escolhida para o momento.Eles retratam a história dura de
duas crianças sobrevivendo pela cidade de São Paulo e tendo que trazer algum
dinheiro para sua casa. Ambos vivenciam situações de risco, exploração e ao
mesmo tempo acolhimento e carinho entre ambos.
Com a apresentação o
objetivo era aquecer os presentes para pensar os direitos de crianças e
adolescentes. No momento o foco era seus direitos a partir das coisas e
situações da cidade de São Vicente para posteriormente discutir as questões
regionais.
Os presentes ficaram
absolutamente envolvidos com a exposição do filme.
(Cabe também informar que foram
feitos registros filmados e fotográficos do evento da pré-conferência o que por
segundos reteve a atenção de alguns).
Após
o término da apresentação, o mediador da pré-conferência João Carlos, perguntou
sobre a aventura. Alguns participantes
enfatizaram o quanto os dois trabalharam exaustivamente e depois foram
roubados. Um dos jovens manifestou – se
dizendo que “a sociedade engana e até os
pais acabam explorando eles”. Falou – se
ainda da situação de miséria total de ambos, da desigualdade existente. A casa dos garotos
ficava de um lado e a cidade grande com
toda a sua pompa atrás. Quando num dado momento falou – se de uma
situação exposta pelo filme onde os meninos são “enganados” pelos adultos, uma
jovem manifestou – se fazendo a pergunta: “quem engana quem”? No filme o dono
do ferro velho os enganou. O mediador João Carlos lançou a questão: a enganação
é só essa? Como resposta ao aquecimento um dos jovens disse que “quem tem mais
condições acha que é superior a eles” A sociedade engana crianças, porque muitas
delas não têm acesso ao estudo e estudando se tem um bom emprego. “Com um bom
emprego e estudo ninguém passa por cima de ninguém”.
Outros adolescentes
presentes falaram do risco que os dois corriam por andar pelas ruas recolhendo
objetos com o intuito de vendê – los e transformá – los em dinheiro.
Abaixo algumas frases ditas
pelos adolescentes ainda acerca do filme:
“Mostram esperança”.
“Deram valor àquilo que para
muitas pessoas não tem”.
“Aceitam sua condição, mas buscam uma vida
melhor”.
“O que é o dinheiro? Um
papel que vale. O ser humano dá muito valor ao papel, mais ao papel que ao ser
humano. Tem gente que engana outra só por causa de dinheiro”.
“Mais o dinheiro que bondade
e honestidade”.
“Talvez esse ato seja de onde se pode partir
para mudar o mundo”.
Na sequência outro filme
(parte) foi exibido.
Ônibus 174 – também um
documentário. Uma cena, imagem aérea, sai da favela da Rocinha. A câmera se
movimenta, sai da área da favela, aparece uma imagem suntuosa da Barra da
Tijuca enfatizando um contraste bastante grande entre a pobreza e a riqueza.
Uma demonstração do quanto “a sociedade não busca conviver e sim se separar”.
Ao término da apresentação
foram discutidas questões e mais uma vez houve a participação de grande parte
dos presentes. Manifestaram – se fundamentalmente relacionando a idéia de um
filme ao outro. Trouxeram muitas contribuições que puderam deixar os presentes
aquecidos e em condições favoráveis para poder discutir os eixos propostos para
a pré – conferência da data.
Frases que surgiram na
discussão acerca do trecho do filme ônibus 174:
“As crianças tem um poder de
mudar o mundo que os adultos não querem enxergar.”
As crianças não aceitam isso de ficar enfiadas
em casa, numa escola.
As crianças precisam ter a
cidade inteira.
Uma criança quando se
desloca na cidade ela humaniza a cidade.
Deixar crianças escondidas,
não permitir que elas participem da vida da cidade, significa tornar a cidade
mais violenta.
Mostrar que não precisava
ter rancor, não precisa se relacionar com as pessoas com a vingança, eles
agüentam e enfrentam a situação, contando uns com os outros.
Desmontar antes de devolver,
reagir, debater.
O
mediador João Carlos informou mais uma vez sobre a tarefa do dia. Explanou acerca
dos temas. Falou do eixo chamado promoção de direitos onde pediu que os presentes entendessem o significado do tema para posteriormente fazer propostas para que na cidade os direitos
sejam promovidos.
Outro
eixo: proteção e defesa dos direitos. Ambos estão interligados. Então o
mediador solicitou que os presentes fossem divididos em grupos menores a fim de
que houvesse produções de propostas e para que os presentes em grupos menores
pudessem manifestar – se de forma mais livre. Pediu antes das divisões dos
grupos que cada um pensasse sobre quais
direitos existem, como conquistamos, como pessoas e cidadãos do país lidam com
os direitos e quais deles ainda precisamos promover. Se esses direitos não forem
respeitados e promovidos qual seria outra ação para proteger e tentar garantir
direitos.
Houve
a divisão de pessoas e foram formados 04 grupos. Em cada um deles houve muita
riqueza de discussões, diálogos e propostas. Na verdade foi perceptível que os
presentes tinham um desejo muito forte de participar e a fala recorrente foi a
de que outros momentos como o que estava acontecendo houvesse constantemente.
O
trabalho de elaboração de propostas aconteceu durante cerca de uma hora e
quinze minutos. Após, os grupos se transformaram novamente em um único coletivo
e foram apresentados os resultados aos presentes.
João
finalizou os trabalhos do dia falando de encontros mensais, enfatizou que a
vida continua no dia a dia com as dificuldades. Disse que a presidente do CMDCA, Nayene do
Carmo, vai fazer junto com o CMDCA, o Conselho Tutelar e de demais segmentos
das políticas setoriais um grande olhar para a cidade de São Vicente. Olhar para as situações que impedem que as
pessoas possam desenvolver cultura, arte, esporte, entre outros. Reiterou o que
foi amplamente discutido nos grupos, que
o espaço das pessoas está
ocupado. As pessoas não estão podendo utilizar. Disse que era preciso olhar
para o que queremos para o que não está disponível. Temos que ocupar os
espaços. Sugeriu chamar os secretários de esportes, de cultura, da saúde,
assistência, planejamento para apresentar para eles como será feito o
diagnóstico e o levantamento sobre a cidade. Os jovens são peça fundamental
nisso. O prefeito aprovou, autorizou e vai chamar os secretários para falar com
a comunidade informou ele. Lembrou ainda ser um processo que dura meses até que
se tenha um olhar do cotidiano da cidade.
Para ele “quem vai dizer sobre transporte não será só o empresário, mas a
população que utiliza. Temos que ouvir todos, empresários e população usuária
para chegarmos aos pontos das questões que precisam ser revistas. Olhar
cuidadoso e respeitoso sobre o que acontece na cidade. Olhar para vocês e todas
as outras pessoas com quem se convive. Discutir a convivência coletiva e olharmos
para o coletivo.”
Ainda
o mediador fez o convite para 13 de setembro, data da outra pré - conferência. Propôs
que os presentes que desejassem participassem no dia 13 a fim de que se somasse
um coletivo cada vez maior e mais aquecido que no dia da Conferência realizasse
um grande encontro de trabalho, de ocupação da câmara municipal. Informou ainda que a mesa de abertura da Conferência
será formada “por nós” e a mesa de encerramento formada pelas autoridades.
Às
18 horas houve o encerramento da pré – conferência.
Cabe
lembrar que as propostas todas estão descritas nesse documento mais abaixo,
no
item especificado para as propostas.
3.2
– ONG Camará – 13.09.2011
Pré – Conferência realizada
na ONG Camará dia 13.09.2011 das 13 às 17 horas.
As características físicas da ONG Camará possibilitou que
as pessoas que chegaram mais cedo pudessem assistir a exibição do filme “5 Vezes
Favela – Por Nós Mesmos - assistir para contar - arroz com feijão” enquanto
aguardavam a chegada dos demais.
Após
a apresentação do filme o mediador João Carlos esclareceu que em 1965 foi
produzido um filme chamado 5 X FAVELA no qual diretores de cinema importantes
retrataram as favelas a partir de seus olhares. Mostraram no cinema qual havia
sido a favela que eles viram. Agora um grupo de jovens cineastas que se
preparou com cineastas conhecidos, fez oficinas e ensinaram para jovens
moradores de favelas como fazer uma filmagem. Eles com conhecimento aprenderam
a usar a filmadora e saíram mostrando sua sensibilidade. Então os jovens de
favelas filmaram situações da vida deles, de onde eles vivem. Por isso agora “POR
NÓS MESMOS”, a partir do olhar de cada um deles.
Após o término da apresentação do filme o mediador João
Carlos informou quais seriam as outras atividades do dia.
Na
data foi modificada a metodologia utilizada na pré – conferência anterior em
função do grande número de presentes. Além disso os profissionais da ONG Camará
haviam previsto uma divisão de grupos diferente da que havia acontecido na pré-
conferência da área continental. Na verdade a metodologia a cada pré –
conferência adaptou – se ao local de sua realização e àqueles que estavam
responsáveis pelo acolhimento dos presentes.
O
eixo a ser trabalhado na data era: Eixo
3 - Protagonismo e Participação de Crianças e Adolescentes.
O
mediador explicou como aconteceriam as divisões entre os grupos. Informou então
que seria construída a Cidade das Crianças. Todos os presentes que tivessem até
11 anos fariam parte dessa construção. Nessa proposta os adultos são fantasmas
e somente as crianças realizam a ação de formar uma cidade nova.
Todos
os presentes com idade entre 12 e 14 anos fizeram parte de um grupo e como
aquecimento tiveram acesso a três curtas metragem elaborados pela ONG Camará
juntamente com alunos da Escola Municipal José Meireles que fica na Área
Continental de São Vicente. O nome do projeto é Escola Verde. O objetivo principal é o olhar para a escola e
bairro e observar as possibilidades de preservação e cuidado a partir de
pequenas atitudes. Posteriormente a exibição houve discussão acerca do assunto
a fim de que os presentes iniciassem o processo de diálogo e posterior
elaboração de propostas relacionadas ao eixo
protagonismo.
As
pessoas com faixa etária entre 15 e 18 anos foram convidadas a montar outro
grupo para discussões relacionadas às suas observações cotidianas acerca do
protagonismo. No decorrer da tarde o
grupo, embora muito grande, conseguiu elaborar propostas relacionadas ao que
foi sugerido.
No Atelier
trabalharam os adultos. Para eles foi
proposta a leitura do texto da Professora Lucia Rabelo de Castro. Texto: A politização ( necessária) do campo
da infância e adolescência. Foram escritas três questões em flip chart ( ver texto e questões nos anexos do presente
documento). Os adultos foram convidados e refletir e conversar sobre as três
questões e depois elaborar propostas com o tema Protagonismo e Participação de
Crianças e Adolescentes.
Abertura
dos trabalhos de grupo às 13.45h.
Em
cada grupo reiterou – se a fala acerca do que vem acontecendo. Vários encontros
para conversar sobre os direitos de crianças e adolescentes. Houve explicação acerca do que são as pré - conferencias
e para o que as pessoas estão se encontrando. Cada um a partir do seu lugar,
experiência, trajetória fale sobre o que quer e como deseja que as coisas
aconteçam. O combinado foi terminar o
encontro às cinco da tarde. Cada grupo
teve a tarefa de exacerbar a capacidade de cada um de pensar sobre a sua vida,
sobre o que quer para si e para a sua cidade. “Todas as cidades estão falando
de protagonismo e participação. Vamos ocupar esse lugar. Que lugar é esse do
adulto? Será que não dá para usar outras formas de se relacionar?”
A
apresentação individual deu – se nos grupos.
Minha
participação pelos grupos foi intensa para poder relatar o que se passava.
Assim, não acompanhei as apresentações individuais por acontecerem ao mesmo
tempo, embora nos anexos desse documento seja possível ver os nomes de todos os
presentes.
Acompanhando
o grupo de pessoas entre 12 e 14 ano foi esclarecido por alguns dos presentes que há 03 projetos
de lei da Câmara Mirim, produzidos por adolescentes que serão apresentados na
câmara municipal. Isso fez com que os presentes desejassem além de fazer propostas
para a Conferência que estas fossem apresentadas à Câmara Municipal
também. Sugestões de nome para o
conjunto de propostas daquele coletivo: “O adolescente olhando a vida e a
cidade com seus próprios olhos. Para onde pode levar esse olho e esse olhar.”
Já
no grupo de pessoas entre 15 e 18
anos a conversa girava em torno das
formas de lazer existentes na cidade. Limpeza e sujeira, pessoas e seu
comportamento, possibilidades de cada um. Falaram da casa noturna “Fantastic” e quais as possibilidades de lá
ser um lugar de prostituição. Visão de prostituição e exploração sexual dos
adolescentes.
Passando
pelo grupo de crianças d até 11 anos que desenvolviam um teatro que retratava a possibilidade de
mudanças da cidade (hospital, cadeia, igreja, praças, casas) foi possível
observar o quanto elas estavam entretidas com o desejo de mudar. De forma
lúdica se discutia a mudança de olhar para
a cidade, sobre a cidade.
No
grupo dos adultos as discussões eram sobre
a importância de dividir com crianças e
adolescentes os espaços da cidade, principalmente os que tratam de discutir e
escrever leis, resoluções, normativas, entre outros documentos que acabam por
estabelecer o que acontece e acontecerá na cidade. Os adultos se dividiram em subgrupos
e depois uns apresentaram aos outros suas discussões.
Na
verdade aqui cabe o apontamento de que foi o único grupo que se subdividiu. De
certo modo pode – se dizer que os adultos retrataram nesse dia a colcha de
retalhos em que vivemos no mundo adulto
e nossa dificuldade de estabelecer discussões nos grandes coletivos optando
sempre pelas representações que acabam por não representar ninguém que não a
nós mesmos.
Apresentação das propostas
dos grupos iniciou – se por volta das 17 horas.
João
o mediador lembrou a todos que esse momento de apresentação servia como uma experiência para a Conferência.
A presidente do Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente falou um pouco com todos os presentes
assim como fez na pré – conferência da área continental. Informou que havia
convidado as autoridades para participar da Conferência. Secretários municipais, vereadores e autoridades da cidade estavam cientes da
importância da Conferência da Criança e do Adolescente. A Sra. Nayene,
presidente do CMDCA lembrou ainda a todos os presentes da importância de sua
participação na Conferência. Disse que esperava por todos, estava feliz com a
realização dos trabalhos até aquele momento e que acreditava que fosse
acontecer a melhor Conferência de todas já realizadas devido a participação de
tantos adolescentes, crianças e jovens, o que legitima o processo. Após sua
fala os participantes dos grupos foram apresentar suas propostas a pedido do
mediador. Após as apresentações foi encerrada a pré – conferência apenas com o
lembrete do clipe Carinho de Verdade ( grande divulgação do
clipe que tentará conscientizar pessoas sobre exploração e abuso sexual contra
crianças e adolescentes ser crime -
Projeto SESI) Divulgação sobre grande mobilização dia 22.09.2011 com a presença
do CMDCA, ADESAFI, PMSV, SEAS entre outros e muitos alunos das escolas.
Solicitaram a divulgação, agradeceram a presença e encerraram a tarde por volta
das 18 e 20hs. Lembro que as propostas fazem parte do corpo desse documento no
item de propostas.
3.3
– CER Vila Margarida – 20.09.2011
Pré - conferência
dia 20.09 – CER Vila Margarida
Eixos para diálogo:
Eixo
4 - Controle Social da Efetivação dos Direitos
Eixo
5 - Gestão da Política Nacional dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes
Os
mediadores foram Álvaro e Valéria ambos
da ONG Camará e ela também representante do CMDCA no local.
O Prof. Robson , coordenador do CER Vila Margarida deu as boas vindas a todos.
Conforme
transcorriam os trabalhos iam chegando muitas pessoas mais que as esperadas. No
CER ficou aberta uma sala onde cabiam cerca de 90 pessoas. No final dos
trabalhos todos tiveram que apresentar as propostas no pátio externo por não
caberem os presentes numa sala apenas.
Valéria,
membro da Comissão da Conferência e conselheira titular do CMDCA, além de educadora
do Camará, como já informado, falou acerca da importância do momento de
construção das propostas, do momento tão rico da pré - conferência. Informou
como seria a divisão dos grupos. O formato utilizado foi idêntico ao proposto
na ONG Camará. Valéria informou também sobre a importância dos eixos a ser
trabalhados no dia.
Valéria
lembrou também que as outras Conferências tinham pouca presença de adolescentes
e jovens e que essa ao contrário, contará com a presença da adolescência e
juventude em grande número. As decisões e os rumos da cidade serão traçados
pelas pessoas que discutem as questões relacionadas aos direitos e
responsabilidades de cada um. “E essas pessoas
também são vocês”. Como forma de iniciar as discussões que aconteceriam
nos grupos Álvaro e Valéria instigaram os presentes a pensar sobre o que seja
controle social. Quem é a figura que vai
ver se os direitos estão acontecendo na prática?
Nicolas, um dos jovens, manifestou – se
dizendo que nós mesmos fazemos o controle de nossos direitos. Álvaro perguntou quem concordava e falou para ninguém se envergonhar ao emitir
sua opinião. Falou da importância da participação de cada um sempre e em todas
as coisas e momentos. Continuou dizendo, se são os jovens que podem fiscalizar
e ver os direitos na prática, como ver isso?
Nicolas
falou sobre direitos e a necessidade de buscar por órgãos quando alguém sentir
- se desrespeitado. Álvaro perguntou aos presentes se quando há desrespeito,
violação de direitos se alguém busca seus direitos?
Duas
meninas contaram uma cena ocorrida no
ônibus. Era uma mulher obesa que não o
motorista não permitiu que entrasse. Ambas constataram que tenha havido
violação de direito e desrespeito, mas ninguém posicionou – se em favor da
mulher impedida de entrar. Apenas registraram como algo que não pode acontecer.
Nicolas
contou a história de alunos que apanharam de um professor.
Outro
grupo falou acerca do trabalho infantil. Crianças vizinhas a casa deles que tem
que trabalhar enquanto a mãe não vai
lutar por um emprego e prefere explorar as crianças de 07 e 08 anos.
As
conversas do grande grupo foram girando em torno de violações de direitos e a
necessidade de buscar garanti - los. Assim, depois de aquecidas pelo tema os
presentes foram convidados a se dividir em grupos.
A
princípio foram formados 04 grupos que divididos por faixa etária tinham a
tarefa de discutir os temas expostos e posteriormente construir propostas para
levar à Conferência. Dentro do grupo
formado por pessoas entre 15 e 18 anos havia 61 membros, o que fez com que
houvesse uma divisão em dois.
No
final dos trabalhos haviam sido feitos 06 grupos, sendo divididos em
aproximadamente 20 a 25 pessoas e um grupo maior de 40 pessoas.
Foram discussões
extremamente ricas, onde muitos participantes se colocaram de maneira
importante. As pessoas demonstraram estar
sedentas de participação.
Como final da pré – conferência os grupos apresentaram
suas propostas que estão citadas nesse documento no item relativo às propostas.
4.
Dia 30 de setembro de 2011 – A Conferência Municipal:
Tema:
“MOBILIZANDO,
IMPLEMENTANDO E MONITORANDO A POLÍTICA E O PLANO DECENAL DE DIREITOS HUMANOS DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES NOS ESTADOS, NO DISTRITO FEDERAL E NOS MUNICÍPIOS”.
A Conferência
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente aconteceu no dia 30.09.2011
na Câmara Municipal do Município de São Vicente entre às 8 e às 18 horas.
No início da manhã foram recepcionados os convidados e
todos foram credenciados e assinaram as listas de presença.
A abertura da Conferência da Criança e do Adolescente foi
feita pela Sra. Melissa Piasecki Farah presidente da Comissão responsável por
organizar o evento. Ela deu as boas
vindas a todos, disse da importância do encontro e desejou que os presentes
tivessem um bom dia de trabalho. Na sequência convidou a Sra. Nayene Ponte do
Carmo, presidente do CMDCA para compor a mesa, juntamente com o Sr. João Carlos
Guilhermino de França, colaborador da Comissão e conselheiro do CONDECA.
Continuando a composição da mesa foram chamados Milena Micaela Santos Oliveira,
Manoela Nascimento Santos e Rubens Jesus Alves, representantes dos jovens,
juntamente com uma jovem chamada Fernanda e outra de nome Ana Carolina. Por fim
a presidente da Comissão registrou a presença do diretor da Unidade de
Internação da Fundação Casa de São Vicente, também da Secretária Municipal de
Assistência Social, dos conselheiros tutelares Edmilson, Cláudia e Dulce Cruz e
dos conselheiros de direito do CMDCA. Citou os demais membros da Comissão da
Conferência e agradeceu aos Srs. Elisa Megumi Yoshida,
Valéria Alves da Silva, Harete Vianna Moreno, Colaboradores: Suely Ribeiro
Costa e João Carlos Guilhermino da Franca. Agradeceu os presentes e passou a
palavra aos componentes da mesa.
Todos falaram, desejaram as boas vindas aos presentes e
em suma apontaram a importância do dia.
A presidente do CMDCA e o representante do CONDECA frisaram os avanços
vividos pela cidade de São Vicente com relação à política para crianças e
adolescentes. Ambos fizeram questão de apontar a importância de tantos jovens e
adolescentes presentes. Destacaram a questão da prioridade absoluta para
crianças e adolescentes no Brasil e por esse motivo acreditam ser a Conferência
um espaço para reiterar os avanços e mostrar urgências já que na Conferência é
possível deliberar sobre a política de defesa e garantia de direitos.
O Sr. João Carlos explicou para a plenária que os
delegados não seriam eleitos nos moldes do programado pelo CONDECA e CONANDA
uma vez que a cidade considerou que os representantes determinados pelos referidos
conselhos não representavam o processo proposto por São Vicente, muito menos um
dos eixos da Conferência que fala do Controle Social e Efetivação de Direitos.
Ainda que os segmentos propostos tenham em seus quadros representantes da
sociedade civil, eleger delegados representantes apenas de segmentos
constituídos retira o desejo participativo e ainda torna pouco democrático o
movimento que se constituiu até a Conferência. Desse modo informou que os
interessados em sair delegados deveriam indicar seus nomes ao término da
Conferência e posteriormente seriam acionados.
Após a manifestação dos representantes dos adolescentes e
jovens a mesa foi desfeita e a convidada Ariane Costa de Lima, Advogada,
Mestranda em Políticas e Práticas com Adolescentes em Conflito com a Lei no
Programa de Mestrado Profissional da Universidade Bandeirante de São Paulo,
membro da equipe do Centro de Empreendedorismo Social e Administração em
Terceiro Setor, Programa da Fundação Instituto de Administração e ex –
Conselheira de Direitos foi chamada a dialogar com a plenária conforme convite
anterior.
Ao receber a palavra a Advogada disse que estava “muito
feliz por estar de volta”. Parabenizou os organizadores da Conferência e
afirmou observar que “as coisas caminharam”. Disse ainda que iniciou seu
trabalho no CMDCA de São Vicente para substituir uma advogada e nunca mais saiu
da área. Informou como seria sua apresentação, agradeceu o convite e disse que
falaria tentando contribuir com o que havia aprendido.
Ariane
enfatizou que “a sintonia continua boa”. “Vocês devem ter trabalhado bastante
os eixos conforme cronograma”. Preparou uma conversa sobre o papel dos
conselhos na construção de políticas públicas, tarefa conjunta da União, estados
e municípios em nível federal, estadual
e municipal.
Parabenizou
São Vicente e referiu que o esclarecimento do Sr. João é absolutamente pertinente com
relação a escolha dos delegados. Enfatizou
que o município está com toda razão e que é preciso acionar os Conselhos e
deixar claro o descontentamento. Segundo ela a proposta do CONDECA e do
CONANDA é um retrocesso.
Após
a apresentação as perguntas giraram em torno do assunto levantado por ela: “as
resoluções normativas estão acima da lei.” Segundo ela a Constituição Federal é
democrática e a participação conjunta e de todos é soberana. Ver artigo 204 da
Constituição Federal juntamente com o Artigo 227.
Contribuições da plenária:
Márcia
Papa, Secretária de Assistência Social, falou de “acertar em favor da criança e do adolescente. Não
consegue ficar na cadeira sem reafirmar que a sociedade civil representada
pelas entidades tem muita força”. Falou ainda do momento que está passando a
frente da secretaria e do quanto trabalha incessantemente para atuar em rede
considerando os Conselhos de Direitos como grandes e fundamentais parceiros. Verbalizou
a importância da presença dos jovens, das crianças, de famílias. Apontou o “pai
do Jonas, Sr. Inácio”. Disse ser muito importante a presença dele. Por fim
avaliou que, apesar da Conferência parecer uma coisa técnica aos que não estão
habituados a comparecer nessas situações e “por mais que se saia do local sem
entender tudo é importante para as pessoas sintam o que a gente sente”. Para ela “cada um no seu espaço deve debater,
falar, ter espontaneidade e poder expor suas aflições, vontades e
perspectivas.”
O
Vereador Jura trouxe a questão das drogas nas comunidades. Sua pergunta foi: “no
caso de crianças e adolescentes até onde se enquadra a internação involuntária”?
Para essa questão a advogada foi enfática ao dizer que a compulsoriedade das
internações não pode fazer parte da democracia em suma. Lembrou também que o
Poder Judiciário determina equivocadamente internações na Fundação Casa para
usuários de entorpecentes e não somente para traficantes. Informou ainda que o
CONANDA se posicionou de forma contrária
a internação compulsória ou involuntária. Para Ariane é um “absurdo obrigar uma
pessoa a se internar, vivemos num país livre e as pessoas devem poder ser
livres”. “Nós temos que ter políticas públicas que trabalhem com a
questão das drogas. Disseminar política de internação, mais uma vez significa
que estaremos retrocedendo. A luta contra os manicômios, o que víamos dentro de
manicômios. Assumir uma internação obrigatória é voltar atrás. Importante
avançar e enfrentar o problema por ser uma situação grave, em muitas famílias.”
João
Carlos falou do papel da construção da política. Lembrou também da política
nacional da assistência social. A secretária Márcia reafirmou o papel
central do CMDCA como formulador de
política. Para João a manifestação da
Sra. Márcia confirma e reafirma nossa vivência no estado democrático de
direitos. Garantem a liberdade das pessoas e que essa liberdade seja exercida
em liberdade. João corroborou a importância da dignidade em condição de
liberdade.
João
Carlos lembrou ainda dos tempos sombrios e fez um contra ponto com o que
vivemos atualmente. Reafirmou que a política do estado brasileiro tenta se
colocar como o legítimo regulador desse país. A SEDH no governo do
Presidente Lula transferiu para a SEDH a coordenação de todos os programas
que tenham a ver com garantia de direitos de crianças e adolescentes. Citou a presença fundamental dos trabalhadores
da assistência social fazendo política. A política da garantia da dignidade e
do direito das pessoas. Para João Carlos a SEDH
e sua Secretária Sra. Maria do
Rosário à época teve muito cuidado e atenção direta às pessoas e tentou garantir
o direito das pessoas com liberdade. Assim, “não podemos admitir que leis ou
decretos proíbam a circulação de adolescentes a partir de certo horário.
Repressão e cerceamento da liberdade. Vamos enfrentar nossa própria
incapacidade”.
“O
CMDCA SV vai lutar inclusive no diálogo com a Câmara Municipal de São Vicente.
Essas manifestações de restrição de liberdade emergem a cada vez que a
sociedade brasileira se depara com a sua própria dificuldade de lidar com suas
mazelas. Manutenção e fortalecimento do estado democrático de direitos. Não
vamos aceitar e vamos nos manifestar em relação a aos delegados da Conferência,
mais uma vez”.
Em
virtude do adiantado da hora houve o encerramento das questões e do debate com
a convidada. Após os agradecimentos à presença e os aplausos, a Sra. Mara
Silvia Faria, Secretária Executiva da Comissão Organizadora da Conferência,
iniciou a leitura do Regimento Interno da Conferência.
Abaixo:
4.1 - Regimento Interno:
Regimento Interno da
IX Conferência
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Capítulo I
Da Conferência
Artigo 1º - A IX Conferência Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente, convocada pelo Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, será realizada no dia 30 de Setembro de
2011, nas dependências da Câmara Municipal de São Vicente, sito à Rua Jacob
Emmerich, 1195, nesta cidade de São Vicente, sendo precedida de 03 (três) pré-conferências,
realizadas nos dias 30 de Agosto – eixos 1 e 2 – Promoção dos Direitos de
Crianças e Adolescentes e Proteção e Defesa dos Direitos de Crianças e
Adolescentes; 13 de Setembro
– eixo 3 – Protagonismo e Participação de Crianças e Adolescentes; 20 de
Setembro – eixos 4 e 5 – Controle Social da Efetivação dos Direitos e Gestão da
Política Nacional dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes.
Artigo 2º - A IX Conferência se define como foro municipal de debates sobre a
política de atendimento à criança e ao adolescente em São Vicente, sendo aberto
a todos os segmentos da sociedade, e terá por finalidade:
- Fortalecer a
relação entre o governo e a sociedade civil para uma maior efetividade na
formulação, execução e controle da política para a criança e o
adolescente;
- Definir, eixos e
estratégias, que promovam a devida implementação do Estatuto da Criança e
do Adolescente e demais políticas públicas, em consonância com o tema dessa
Conferência;
- Promover,
qualificar e garantir a participação de adolescentes na formulação e no
controle das políticas públicas;
- Eleger Delegados
Adultos e Adolescentes de São Vicente, para participarem da Conferência
Regional dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Artigo 3º - A
IX Conferência será precedida de 03 (três) pré-conferências, mencionadas no artigo
1° deste Regimento Interno, organizadas pelo Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente, como garantia à ampliação da participação popular.
Capítulo II
Do Temário e das Atividades da IX Conferência
Artigo 4º - O
Tema da IX Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente será:
“Mobilizando,
implementando e monitorando a política decenal de direitos humanos de crianças
e adolescentes nos estados, no distrito federal e nos municípios”, conforme orientação do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente – CONANDA.
Parágrafo único – o tema descrito no “caput” deste artigo será
composto dos seguintes eixos estratégicos:
1. Promoção dos Direitos
de Crianças e Adolescentes;
2. Proteção e Defesa dos
Direitos;
3. Protagonismo e
Participação de Crianças e Adolescentes;
4. Controle Social da
Efetivação dos Direitos e
5. Gestão da Política
Nacional de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes.
.
Capitulo
III
Dos
Participantes
Artigo 5º -
Poderão se inscrever como membros da IX Conferência Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente, com direito a voz e voto, todas as pessoas,
interessadas na elaboração e implantação da política de atendimento aos
direitos de criança e adolescentes do
Município,
Capítulo
IV
Do Credenciamento
de Delegados
Artigo 6º -
Serão considerados delegados à IX Conferência aqueles definidos no artigo 5º deste Regimento, e que efetuarem o
credenciamento no horário previamente estabelecido:
Parágrafo
1º -
A inscrição para delegado será nominal, na forma do “caput” do artigo 6º deste
Regimento.
Parágrafo
2º -
Somente terão o direito de voto e serem votados os delegados devidamente
credenciados, conforme o “caput” deste artigo.
Capítulo V
Das
Propostas
Artigo 7º -
No dia 30/09/2011, a IX Conferência, será organizada em grupos, definidos por
eixos, de acordo com a orientação da Comissão Organizadora, a saber:
1. Promoção dos Direitos
de Crianças e Adolescentes;
2. Proteção e Defesa dos
Direitos;
3. Protagonismo e
Participação de Crianças e Adolescentes;
4. Controle Social da
Efetivação dos Direitos e
5. Gestão da Política
Nacional de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes.
Artigo 8º -
Cada grupo terá seu Relator e Coordenador indicados pela Comissão Organizadora,
cabendo a estes, a função de elaborar o relatório das propostas apresentadas
pelo grupo, onde constem, todas as propostas, inclusive, as divergentes, que
serão votadas somente na plenária final.
Artigo 9º -
Após o término dos grupos, os relatores se reunirão com a Comissão
Organizadora, para sistematização das propostas e, posteriormente, submete-las
à apreciação na Plenária Final.
Capítulo VI
Da Plenária
Artigo 10º - A
plenária da IX Conferência ocorrerá no dia 30/09/2011, e terá os seguintes
objetivos:
a)
Leitura,
discussão e aprovação do Regimento Interno desta IX Conferência;
b)
Leitura
e aprovação das propostas elaboradas pelos grupos de discussão;
c)
Leitura
e aprovação de moções encaminhadas pelos delegados e participantes;
d)
Registro
de candidaturas à delegados adolescentes e adultos para a Conferência Regional
dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Artigo 11º - Da
direção:
A Comissão Organizadora conduzirá os trabalhos junto à
plenária.
Parágrafo
único - A mesa dos trabalhos estará composta pela Presidente
do CMDCA, pela Presidente e Vice-Presidente da Comissão Organizadora, pela
palestrante e por dois jovens;
Artigo 12º – A
apreciação das Propostas será encaminhada na forma que segue:
a)
Assegurar-se-á à Plenária, o direito de solicitar exame em destaque de qualquer
item das Propostas;
b)
As solicitações de destaque deverão ser feitas somente durante a leitura das
Propostas;
c)
Após a leitura das Propostas serão chamadas, uma a uma, as apreciações de
destaques;
d)
Os propositores de destaques terão 01 (um) minuto para defesa de seu ponto de
vista;
e) A
mesa concederá, a seguir, a palavra ao primeiro participante, que se apresente
para defender posição contrária à do propositor do destaque, também com o tempo
de 01 (um) minuto, não sendo permitidas réplicas;
f) Esclarecida a plenária, será então colocado
em votação o destaque apresentado;
g) A
aprovação das propostas será por maioria simples de participantes presentes.
Artigo 13º -
As moções deverão ser apresentadas à mesa até o final da aprovação das
propostas, e deverão ser identificadas por, no mínimo, 15 (quinze) signatários.
Parágrafo
1° -
Encerrada a fase de apreciação das Propostas da Conferência, a Mesa procederá à
fase de leitura e aprovação das moções, classificadas por áreas temáticas de
forma a facilitar o bom andamento dos trabalhos;
Parágrafo 2º -
Será facultado a Delegado, ou participante, que se apresente para defender
posição contrária à proposta da moção, com o tempo de 02 (dois) minutos, não
sendo permitidas réplicas;
Parágrafo 3º -
Esclarecida a plenária, será então colocada em votação a moção apresentada.
Parágrafo 4º - A
aprovação das moções será por maioria simples de delegados presentes.
Artigo 14º - Do
registro de candidaturas à Conferência Regional dos Direitos da Criança e do
Adolescente:
a)
Os
participantes presentes na IX Conferência Municipal que desejarem candidatar-se
para Delegado à Conferência Regional deverão credenciar-se junto à Comissão
organizadora.
Parágrafo
Único – Tão logo o CONDECA - Conselho Estadual dos Direitos da
Criança e do Adolescente delibere sobre as diretrizes da Conferência Estadual
dos Direitos da Criança e do Adolescente, o CMDCA-Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente de São Vicente, convocará reunião
extraordinária para realização do processo de escolha de delegados – adolescentes
e adultos – dentre os inscritos na IX Conferência Municipal, para participarem
da Conferência Regional dos Direitos da Criança e do Adolescente da baixada
santista.
Capítulo
VII
Da
Organização
Artigo 15º - A
VII Conferência terá na Presidência de honra o Excelentíssimo Senhor Prefeito
Municipal de São Vicente, ou, na sua ausência ou impedimento, pessoa por ele
designada.
Artigo 16º - A
Conferência contará com uma Comissão Organizadora Central, instituída pelo
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Artigo 17º - A
Conferência terá 01 (um) Relator/Sistematizador indicado pela Comissão
Organizadora, que acompanhará todas as atividades, coordenará e secretariará a
redação do relatório Final da Conferência.
Capítulo
VIII
Das
Disposições Gerais
Artigo 19º -
Os casos omissos neste Regimento serão submetidos à análise da Comissão
Organizadora da Conferência, e apresentados à Plenária para deliberação, na
forma de votação, por maioria simples dos delegados presentes.
Artigo 20º - As
autoridades presentes serão convidadas a participar da mesa de encerramento
apresentando suas considerações sobre as propostas aprovadas pela plenária.
E para que se efetive a validade deste, será
o mesmo apreciado, votado e aprovado no dia 30/09/07, nos termos do que consta
do artigo 14º, item “a”, deste Regimento Interno.
São Vicente, 30 de Setembro
de 2011.
Nayene Ponte do Carmo
Presidente do Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente.
Melissa Piaseck Farah
Presidente da Comissão Organizadora da
IX Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Após
a leitura houve a aprovação do regimento sem nenhum destaque ou ressalva.
Assim, posteriormente foi proposta a divisão dos presentes em três grupos de
trabalho, divididos nos mesmos moldes das pré – conferências. Ou seja, a junção dos
eixos 01 e 02 em um grupo, o eixo 03 em outro grupo, e os eixos 04 e 05 num
outro. As propostas que surgiram das pré – conferências precisavam ser
analisadas, compiladas, escritas com a formatação com que iriam para a
Conferência e rediscutidas para passar por aprovação à tarde. Assim ocorreu até
as 13 e 30 horas.
Os presentes saíram para um breve almoço e às 14 horas
todos estavam de volta para o que o município chamou de “café com proposta”.
Antes da aprovação das propostas na plenária à tarde. As crianças foram fazer a
atividade da Cidade das Crianças no mesmo modelo da pré – conferência que
ocorreu na ONG Camará. Foram auxiliados por educadores da ONG citada e
posteriormente tiveram um lanche reforçado.
Para os adolescentes, jovens e adultos houve a exibição
de um filme na plenária.
As 15 e 30 foram iniciados os trabalhos de aprovação das
propostas analisadas pela manhã. Antes as autoridades presentes foram chamadas
a sentar em lugar de destaque na Câmara Municipal. Todos os presentes passaram
a ouvir as propostas, fazer destaques e posteriormente a aprovar as mesmas.
4.2
– Propostas aprovadas:
IX CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
SÃO
VICENTE, 30 DE SETEMBRO DE 2011
TEMA:
MOBILIZANDO,
IMPLEMENTANDO E MONITORANDO A POLÍTICA
DECENAL DE DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NOS ESTADOS, NO DISTRITO
FEDERAL E NOS MUNICÍPIOS.
As
propostas foram divididas da seguinte forma:
Eixo
1 - Promoção dos Direitos de Crianças e Adolescentes;
Eixo
2 - Proteção e Defesa dos Direitos;
TEMAS
( GRUPO 1)
Responsáveis pelo grupo, discussões,
análises e reformulações das propostas
oriundas das pré – conferências:
Álvaro
e Sueli
ESPORTES:
Abrir as quadras de esportes já existentes
nas escolas para utilização de crianças, adolescentes e jovens nos finais de
semana e feriados. Cobrir as quadras, fazer a manutenção adequada das mesmas
além de ampliar o número de quadras nos bairros.
|
TRANSPORTE:
Criar novas linhas de
transporte, que interliguem bairros da cidade que ainda não possuem condução
entre si. Que exista lotação que trafegue de bairro a bairro.
|
Ampliação do número de
veículos (aumento das frotas) ampliando assim o número de carros também aos
finais de semana. Redução do preço das passagens nos finais de semana.
|
Criação do bilhete único
para lotações e demais veículos de transporte coletivo.
|
Melhorar a qualidade do
transporte público da cidade, realizando cursos de qualificação e humanização
para cobradores e motoristas.
Maior fiscalização dos
veículos de transporte público coletivo, incluindo – se a fiscalização dos
casos de abuso ou inadequação dos profissionais que trabalham com o público –
motoristas e cobradores ( disque denúncia divulgado e que dê retorno à
população).
|
MEIO AMBIENTE/ TURISMO:
Nova redação:
Criar um parque ambiental
na área continental – projeto para visitação à cachoeira. Projeto com a
presença do IBAMA e demais órgãos que tenham compromisso com a preservação do
meio ambiente, além de espaço turístico com divulgação adequada e preservação
prioritária.
Criação de pólo ambiental
dentro do manguezal incluindo a navegação. Projetos de remo e canoagem pelas
áreas de manguezal.
|
CULTURA E LAZER:
Criação de espaços de
cultura e lazer, incluindo o aproveitamento de áreas ociosas, tais como
praças, campos de futebol e quadras de esportes já existentes na comunidade.
|
Valorizar o brincar e a
ludicidade para crianças, criando espaços e momentos de brincar.
|
Criação de espaços de
cultura e lazer que favoreçam as diversas linguagens das artes de maneira
geral, possibilitando a integração e interação entre elas.
|
Abrir espaços para
apresentações culturais na cidade, utilizando ruas, avenidas, praças e
praias, incluindo ações que possam ser itinerantes com uso de ônibus ou
containers, entre outros.
|
Utilizar os espaços dos CER
à noite para servir como espaços de apresentações culturais.
|
Aumentar o número de
escolas, patrimônios históricos e espaços turísticos.
|
Criação de bibliotecas e
banco de dados e informações nas regiões mais distantes da cidade, inclusão
digital.
|
EDUCAÇÃO:
Mais escolas com ensino
médio na área continental.
|
Melhorar as escolas de
modo geral.
|
Precisamos de professores
mais qualificados.
|
Criar bibliotecas nos CER
que tenham boa qualidade.
|
Capacitar melhor os
professores, aumentar o número de professores atuando e que estes sejam mais
qualificados.
|
Possibilitar a realização
de aulas práticas, com a criação de salas específicas e laboratórios, realização
de pesquisas, visitas monitoradas, principalmente para alunos do ensino médio
das escolas estaduais, uma vez que alegam que deixam de colocar em prática o
que propõe os livros didáticos fornecidos pelo estado pela ausência de
condições estruturais.
|
Viabilizar o acesso do
aluno ao acompanhamento psicológico não necessariamente pela rede de saúde
que não consegue atender a todos com a prontidão desejada.
|
Que se crie um conselho de
tecnologia na cidade.
|
Fiscalizar as cantinas
escolares para que mantenham a limpeza e a higiene. Que as escolas sejam
dedetizadas.
|
Permitir o acesso livre ao
uso de computadores nas escolas. Manutenção dos computadores existentes.
|
Realizar nas escolas
palestras de prevenção ao uso de drogas, campanhas, casas de recuperação,
palestras de policiais, além de profissionais da saúde que possam esclarecer
dúvidas.
|
Disque denúncia para
denunciar casos de bullyng.
|
Criar um espaço de
atendimento como plantão de dúvidas e reforço para alunos, dentro das escolas
ou nos CER.
|
Melhoria e ampliação das
bibliotecas.
|
Melhorar a alimentação
e higiene nas escolas.
|
Oferecer capacitação
continua e suporte ao trabalho dos professores.
|
Oferecer mais comida nas
escolas e melhorar a qualidade dela.
|
Incentivar a criação de
grêmios objetivando a melhoria da comunicação entre alunos, escola e família.
|
Ampliar o número de
creches e berçários.
Expandir os CER para
bairros onde ainda não haja unidade.
|
SAÚDE:
Posto médico 24 horas em
todos os bairros da cidade.
|
Postos de saúde e
hospitais com estrutura física adequada, materiais, equipamentos e
profissionais suficientes nos bairros. Criar estratégias de melhor
acolhimento a crianças em situação de internação – brinquedoteca, doutores da
alegria, contribuindo assim para sua reabilitação.
|
SEGURANÇA:
Maior segurança nos
bairros com administração mais organizada.
|
Mais segurança nas escolas
e na saída das aulas.
|
Mais segurança para a
cidade. O grupo informou que em alguns bairros há um número muito grande de
assaltos. Os policiais só fazem rondas quando algo mais grave acontece e
mesmo assim, por um tempo determinado. A população alimenta o crime comprando
em feirões os produtos roubados. A porta de algumas escolas está virando
ponto de venda de drogas. A polícia às vezes passa e não toma “partido” da
situação.
|
OUTRAS:
Utilização do espaço da
escola para aproximação da comunidade com execução de projetos de geração de
renda, cultura e arte.
|
Criar meios de comunicação
com informações sobre a cidade.
|
Descentralização e melhor
divulgação do diário oficial ( no momento vinculado ao jornal vicentino)
tornando – o acessível a todos os bairros, provisoriamente, até que se
construa o diário oficial através do poder público do município desmembrando
– o do citado jornal em circulação.
|
Eixo 3 - Protagonismo e Participação
de Crianças e Adolescentes:
TEMA
( GRUPO 2)
Responsáveis pelo grupo: João e
Valéria
Garantir o diálogo inter geracional
por meio de fóruns, encontros pautados na troca de saberes, sem represálias e
que garantam nos seus contratos de convivência a desconstrução da cultura
“adultocêntrica” ( que elege os mais velhos como os mais sábios).
|
Garantir para
adolescentes, participação e lugar nas decisões ou espaços deliberativos e
reflexivos tais como: CMDCA, CMAS, Câmara Municipal, Conselho da Educação, Igrejas,
Escolas, Associações, serviços e ONG..
|
Entendemos que os
adolescentes e crianças só têm voz a cada dois anos nas conferências. Passaram
a ser protagonistas nas conferências. Assim, as entidades governamentais
representam crianças e adolescentes junto à sociedade e ao governo. Os
adolescentes precisam fazer parte das decisões.
|
Dialogar com crianças e
adolescentes através de fóruns permanentes. O CMDCA deve ter uma comissão
designada para promover os fóruns. Organizar os fóruns por regiões semelhante
ao que ocorre com as audiências públicas.
|
.
Promover espaços,
encontros, onde crianças e famílias possam dialogar (escola da família,
amigos da escola) usar o lúdico como ferramenta de integração das gerações. As
crianças e adolescentes são sempre representados por adultos através do CMDCA,
projetos sociais, PROJOVEM adolescente, Tubo de Ensaio, Diretoria da Juventude.
Utilizar escolas, associações de bairros, CER, pontos de cultura, CAMP,
centros esportivos, ONGs.
|
Levar a discussão acerca
da participação e engajamento de cada um, em espaços públicos, famílias,
projetos sociais, escolas, para favorecer o protagonismo, tornando crianças e
adolescentes agentes transformadores.
|
Criar e ampliar os espaços
de fala e escuta no cotidiano, com eficácia e organização, sem preconceito,
com paciência e respeito e com a existência de um mediador da conversa.
|
Eixo 4 - Controle Social da Efetivação
dos Direitos:
Eixo 5 - Gestão da Política Nacional
dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes:
TEMA
( GRUPO 3)
Responsáveis pelo grupo: Nayene
e Tânia
Criação de um fórum
trimestral com calendário previsto pelo CMDCA para discussão de temas
diversos relacionados à infância e adolescência.
|
Incluir nos cursos de
formação de profissionais da rede de atendimento o tema: humanização – como
forma de trazer não só a parte técnica e educativa, mas também a afetiva,
reduzindo assim a invisibilidade que se caracteriza pela baixa promoção de
espaços de escuta e participação.
|
A cidade deve ser palco de
transformações. Todos os espaços devem estar disponíveis para ação política. Entendemos
que toda política parte de um diálogo e as bases necessárias são os lares, as
escolas, os territórios, os templos religiosos, entre outros. Assim a cidade
cumpre seu papel educativo, de ofertar liberdade, direitos, segurança e
demais políticas sociais.
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Execução imediata do
sistema de informação e monitoramento (intersetorial) e que contribua para a
garantia de direitos da criança e do adolescente.
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Construção de rampas de
acesso para deficientes nas ruas dos bairros da cidade, conforme legislação
existente.
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Criar projetos como as
“ruas de lazer” em cada bairro. Um domingo por mês em parceria com as
secretarias deste município de acordo com as propostas que surgirão nos
fóruns trimestrais.
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Criação de metodologia
específica para participação de crianças e adolescentes nas reuniões mensais
do CMDCA.
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Que os conselheiros de
direito sejam sempre convidados a participar das discussões da comissão da
criança, adolescente e juventude da câmara municipal de São Vicente.
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4.3 - Questões relevantes que surgiram nas
pré- conferências da criança e adolescentes relacionadas a outras políticas
setoriais:
- Criar
projetos para o reaproveitamento de água.
- Conscientizar
melhor as pessoas acerca do lixo limpo. Ter recipientes adequados para
jogar os lixos nas praças e nas ruas. Criar a coleta de lixo reciclável,
pois nem todos os bairros têm. Lugar onde possamos levar o nosso lixo como
latas, por exemplo, nem que seja nas esquinas.
- Reduzir
impostos.
- Finalizar
as obras do teatro urgente.
- Nos
transportes coletivos, maior número de assentos preferenciais para idosos,
gestantes e deficientes.
4.4
- Moções:
- Proposta
para criar uma vara especializada da infância e juventude havendo
desmembramento da vara criminal.
- Propor
um abaixo assinado ao secretário de transportes para efetuar a
fiscalização das lotações ( em anexo constam assinaturas relacionadas ao
abaixo assinado).
- Melhorar
a educação, pois os filhos de deputados estudam em escolas particulares
sendo que as públicas eles constroem. Será que a escola pública não é boa
para seus filhos estudar?
Após
o encaminhamento e aprovação das propostas e moções a mesa chamou as
autoridades presentes no período da tarde para manifestar – se. Cabe ressaltar
que o Prefeito Municipal, bem como as Secretárias Municipais de Educação e
Assistência Social, assim como o Secretário Municipal de Planejamento esteve
presente e todos ouviram as apresentações de propostas, sua aprovação, bem como
as moções.
Somente
o Prefeito Municipal Sr. Tércio Garcia quis manifestar – se ao final da
apresentação. Saudou os presentes, falou sobre a importância da participação
popular. Agradeceu as autoridades presentes pela permanência no evento e após
algumas palavras relativas à importância da liderança jovem, de formular
propostas plausíveis, de participar, encerrou a fala e despediu – se da
plenária.
A
Presidente do CMDCA agradeceu a todos os participantes da Conferência, elogiou
a organização e o resultado do dia, agradeceu a presença das autoridades e
pediu que os interessados em sair delegados se cadastrassem com os membros da
Comissão Organizadora da Conferência. Assim ocorreu e cerca de 40 pessoas foram
cadastradas. Ao término desse processo a presidente do CMDCA Sra. Nayene Ponte
do Carmo deu a Conferência por encerrada por volta das 18 horas e 40 minutos.
5.
Considerações acerca da Comissão Organizadora e da preparação das pré –
conferências e da Conferência:
A Comissão organizadora
da Conferência reuniu – se em 08 momentos antes da realização da Conferência.
Entre as datas definidas para a realização das pré – conferências também
aconteceram encontros a fim de que cada situação pudesse ser avaliada e
melhorada caso necessário para o próximo encontro previsto.
A divisão dos eixos para discussão nas pré – conferências
foi acordada nas reuniões da comissão organizadora uma vez que os assuntos a
serem tratados num momento de pré- conferência, na avaliação do coletivo presente,
não surtiria efeitos tão positivos visto que seria impossível aprofundar as
questões trabalhando os cinco eixos em cada encontro. Desse modo, dividiu – se
as pré – conferências por eixos de discussão o que gerou um maior entendimento
dos presentes nas pré bem como mais propostas. O resultado da divisão foi
analisado a cada pré – conferência e em cada reunião da comissão foi mais claro
que a metodologia aplicada foi correta.
Já com relação à organização geral da Conferência em
consonância com as diretrizes estadual e federal, a Comissão teve muita
dificuldade em receber informações exatas acerca dos procedimentos e diretrizes
do CONDECA e CONANDA sobre a Conferência.
Embora os municípios tenham alguma autonomia para
realizar seus eventos, a política setorial municipal se subordina a ações
nacionais e estaduais. Com referência
aos Conselhos de Direito não é diferente. Em suma o que ocorreu foi uma notória
desorganização por parte do estado de São Paulo através do CONDECA. Já as
diretrizes nacionais para a realização das Conferências não trataram de nenhuma
data mínima para início dos trabalhos o que fez com que o município definisse o
final de setembro como data ideal para a
realização do evento.. Assim a cidade de São Vicente realizou sua Conferência
em 30.09.2011 como já informado. No dia 06 de outubro o CONANDA emitiu novos
documentos falando acerca de diretrizes para as Conferências. Posteriormente o
CONDECA no final do mês de outubro publicou a resolução 003/2011 também dando
direção para as Conferências municipais e regionais.
O município de São Vicente sentiu – se prejudicado não
recebendo informações mínimas corretas a tempo de poder realizar a Conferência
nos termos do proposto.
Com referência aos delegados que devem ser escolhidos na
Conferência, o documento tratando o assunto, documento esse
encaminhado por um conselheiro do CONDECA que reside na região e não pelo órgão
como diretriz aos municípios, o CMDCA São Vicente não teve tempo hábil para
discutir as decisões de representação propostas pelo CONDECA através de
diretrizes do CONANDA. Por não concordar com a determinação, a Comissão
Organizadora e o CMDCA de São Vicente na Conferência modificaram a formatação
para escolha e eleição dos delegados. Devido ao encaminhamento do documento somente
no dia anterior a Conferência pelo CONDECA, o município de São Vicente
discutirá com o mesmo e o CONANDA acerca das representações propostas por estes
conselhos posteriormente.
No mais a Comissão conseguiu organizar bem os eventos e
encontros, teve recurso financeiro destinado para oferecer lanches nas pré –
conferências aos presentes bem como na Conferência. A secretária executiva da
Comissão trabalhou com muita adequação oferecendo soluções sempre que a comissão
observava alguma dificuldade para o andamento dos trabalhos.
6.
Considerações acerca do dia da Conferência:
No dia da Conferência
os conselheiros municipais colaboraram pela manhã no credenciamento dos
participantes bem como na organização de modo geral.
Estiveram presentes na Conferência cerca de 500 pessoas
durante o dia o que obrigou os organizadores do evento a ter prontidão e
resolutividade para questões que surgissem.
No período da tarde o lanche foi oferecido a cerca de 300
adolescentes e crianças. Nesse aspecto alguns presentes sentiram – se
preteridos uma vez que os jovens não tiveram acesso ao lanche. Alguns jovens
alegaram estar presentes desde o período da manhã e tiveram que se alimentar
com recursos próprios. Nesse sentido há que se fazer uma crítica a comissão
organizadora do evento e ao CMDCA por não oferecer a todos os participantes da
Conferência o lanche, fazendo distinções que nem sempre ou quase nunca são
compreendidas pelas pessoas que fazem parte de qualquer evento dessa natureza. Ademais
há poucas diferenças entre crianças, adolescentes e jovens. Normalmente quem
participa de algum evento quer lanchar e para as próximas Conferências é
imprescindível modificar isso. Ou são servidos lanches a todos ou a ninguém.
As crianças que fizeram parte da atividade “Cidade das
Crianças” foram muito bem orientadas pelos educadores responsáveis pelo
andamento da oficina. As produções foram intensas embora a dispersão também
tenha sido grande. Isso ocorreu devido ao grande número de crianças que
participaram da Conferência.
Nos anexos desse documento constam desenhos feitos por
crianças nas pré – conferências. Vale lembrar que algumas escreveram propostas
e outras apenas desenharam como forma de manifestar – se. Para esses casos de
crianças ainda pequenas é importantíssimo valorizar sua presença em espaços de
construção da cidadania como é o espaço de uma Conferência. Ainda que a criança
não contextualize o geral da proposta, compreendendo o que ela acha que está
certo e o que deve melhorar já é muito rico. Sua lembrança de momentos de
participação e discussão será muito viva. E o exercício de estar presente faz
com que muitas delas sintam prazer em fazer parte de movimentos coletivos o que
em suma valoriza a democracia e colabora para que mudanças possam acontecer
sempre.
Já o que é fundamental registrar é a importante
participação dos adolescentes e jovens. O diferencial dessa Conferência foi a
legitimidade que ela teve principalmente em função de que aquilo que crianças,
adolescentes e jovens propuseram foi levado a sério pelos adultos que fizeram
parte do processo.
Com relação aos adultos cabe o registro da ausência de
grande número de profissionais da Assistência Social, Educação e Saúde, além de
demais servidores públicos ou pessoas ligadas a crianças e adolescentes. Essa
ausência pode se configurar como a falta de compromisso ou desejo de participar
de questões afetas ao seu cotidiano de trabalho. Pode – se imaginar também que
não tenha havido a dispensa dos profissionais para estarem presentes nesse dia.
Porém seja uma alternativa ou outra, sabe – se que o trabalho de quem lida com
crianças e adolescentes passa também pela presença em momentos onde surgem diretrizes
para novas políticas voltadas a esse segmento. Ainda que não sejam novas
diretrizes, dá – se um norte do que esse público deseja e demanda aos gestores
e executores de políticas públicas setoriais.
7.
Considerações acerca do CONDECA e do CONANDA no processo de produção das
conferências no estado de São Paulo.
São Vicente deixará
registrado nos dois conselhos documento informando acerca da desorganização de
ambos com referência aos documentos das Conferências a serem realizadas nos
municípios. Tais documentos foram remetidos informando como realizar os
encontros, porém sem encaminhar a quantidade de delegados que cada grupo de
trabalho poderia gerar.
Posteriormente foram diversas tentativas de contato com o
CONDECA a fim de receber a orientação e somente às vésperas da Conferência São
Vicente soube das quantidades e das representações. Cabe mais uma vez registrar
que a informação veio inicialmente de modo informal através de um conselheiro
do CONDECA que reside na baixada santista. Depois o CONDECA encaminhou
documento corroborando o que havia sido informado.
A desorganização (chamemos assim) do Conselho Estadual de Direitos
impossibilitou São Vicente de questionar a legitimidade das representações
propostas pelo CONDECA e CONANDA em dissonância total com um dos eixos
trabalhados nas pré – conferências e eixo existente para discussão no Brasil
que é Controle Social da Efetivação dos Direitos. Tratar como delegados apenas
pessoas que já são representantes de segmentos públicos ou conselhos de
direitos é alijar completamente das discussões o cidadão comum. Esse cidadão,
embora não necessariamente tenha acento em conselhos de direitos ou participe de ONGs para poder ter tal acento,
ainda assim pode ser absolutamente comprometido com as questões da vivência
pública e teria ou tem plenas condições de ser delegado. Porém na formatação
dos documentos essa pessoa está fora dos pressupostos para ser delegado seja
municipal, regional e estadual muito menos.
Em nosso ponto de vista tal ação tornou o processo de
Conferências ( entre prés municipais, regionais, estaduais até a nacional),
antidemocrático e excludente. Tais ações não podem mais acontecer num país que
consolida sua democracia a cada ano e que pretende ter em seus documentos
legais a citação da importância da população na participação dos processos. Há
que se considerar que não se trata de nominar os participantes delegados e sim
de consolidar de algum modo o poder àqueles que já o tem. Enquanto alguns
movimentos discutem salutarmente que será necessário desmontar brevemente a
idéia de representações uma vez que alguns representantes não representam mais
que a si mesmos, os documentos nacionais traduzem o contrário. Sequer o estado
questiona o que dizemos nesse momento.
É
preciso então que o município de São Vicente venha divergir veementemente desse
processo. Sempre que entendermos que as questões ferem, ainda que de forma
tênue, a democracia brasileira exacerbando idéias já ultrapassadas e de
controle sob o aspecto do desejo de manipular ou fazer valer objetivos que não
necessariamente são de maiorias nos manifestaremos fortemente. A cidade não
elegeu seus delegados da maneira proposta. Ao contrário entendemos que todos os
presentes e participantes de pelo menos uma das pré – conferências e da
Conferência estão aptos a serem delegados para a regional. Daí o fato de termos
cerca de 40 candidatos a delegados. A eleição dos mesmos dar – se – á
posteriormente.
8. Documentos que foram emitidos
posteriormente à Conferência.
O CONANDA emitiu documentos tratando das
diretrizes para as Conferências depois da Conferência de São Vicente ter
ocorrido. Em nosso ponto de vista deve haver para as próximas um apontamento de
data mínima para iniciar as Conferências a fim de que municípios como São
Vicente não corram o risco de cometer equívocos ou erros oriundos de segmentos
terceiros e sua demora no dimensionamento do percurso total do evento.
Frente
isso o CONDECA emitiu documento por volta de 20 de outubro tratando também do
processo relativo às Conferências.
Registre
– se.
9.
Organização Municipal para a realização da Conferência
No que se refere ao papel dos membros da Comissão e
demais colaboradores o processo que antecedeu a Conferência e o dia do evento
foi irreparável. Mesmo a chegada das autoridades transcorreu de forma simples e
essas comportaram – se também de maneira muito simples e compreendendo que
estavam no local para somar forças com os presentes e para ouvir os anseios
populares.
No que se refere à manifestação dos presentes tivemos a
participação de todos e nenhuma situação adversa ocorreu.
10.
Importância de recuperar o passado de conferências anteriores.
11.
Importância da Conferência Municipal.
12.
Fiscalização do CMDCA quanto ao cumprimento do proposto na conferência.
As propostas das Conferências passadas precisam ser
revisadas pelo CMDCA e seus conselheiros de direitos.
Mais que isso as propostas precisam caminhar para se
concretizar. Aquelas que estiverem obsoletas ou fora dos princípios das
diretrizes nacionais das políticas setoriais precisam ser informadas à
população acerca do por que não se concretizaram. O blog do CMDCA é um bom
espaço para divulgar tais questões. Assim não fica solta a idéia de Conferência
para a população.
Para
essa Conferência é importante que nas reuniões Ordinárias do CMDCA se discuta o
andamento do que foi proposto pela população. Divulgar a evolução das questões afetas
à política de crianças e adolescentes ajuda a dar credibilidade ao CMDCA e a
seu esforço de trabalhar pelas causas dessa população.
Ainda
mais, divulgar o andamento do que foi pedido e proposto legitima a própria
Conferência e amplia a participação. Sempre que uma ação é efetiva, mais
pessoas se agregam à idéia e as ações.
Na
verdade a grande importância de uma Conferência é fazer com que mais pessoas
discutam a vida de seu coletivo. Realizar Conferências a cada dois anos como se
faz no Brasil é extremamente salutar. Porém a fiscalização e o andamento do que
foi proposto e sua concretização são o grande problema ou a grande questão a
ser solucionada. Mais que uma questão municipal trata – se de uma prática
histórica a pouca divulgação ou a divulgação inadequada que não atinge grandes
coletivos. Esta prática histórica deriva de um problema sério de comunicação. È
necessário discutir até quando vamos fazer de conta que as pessoas não gostam
de política. Política é dialética e este diálogo é o que cada conselho de
direitos e cada Conferência ou encontro se propõe a fazer. Bem divulgada e
acessível uma Conferência recebe muitas pessoas como foi o caso em São
Vicente. Frise – se que se podem
angariar muitos mais se houver mais tempo e divulgação.
O
que acontece muitas vezes é que as práticas não favorecem o diálogo já que há
tanto para deliberar, aprovar, discutir nos Conselhos de Direito que as
questões fundamentais que dizem respeito à construção coletiva ficam à margem
das demais demandas sempre muito grandes. O que ocorre quase sempre é que os
conselheiros de direitos estão nos cargos como “quebra galho” representando
políticas setoriais e segmentos fundamentais. Ou seja, “vá você lá e
represente”. Os conselheiros normalmente são pessoas sérias e que consideram
seu papel nos Conselhos importante, mas nem sempre seus empregadores
dimensionam a importância desse papel.
Precisamos
ir além das questões cotidianas e das questões históricas. São Vicente pode e
merece.
14-
Anexos
14.1. Folder de divulgação da Conferência e das Pré
- Conferências
14.2. Ofício Circular n°
12/2011 CONANDA/SNPDCA/SDH/PR
14.3. Artigo de discussão
dos adultos na pré – conferência da ONG Camará
14.4. Candidatos a delegados
para a Conferência Regional ( 03 fls)
14.5. Abaixo assinado
solicitando ao Poder Público Municipal que fiscalize os veículos de transporte
coletivo e seus motoristas e cobradores a fim de que haja a diminuição dos
acidentes de trânsito.
14.6. Lista de presentes na
pré- conferência do CRAS Parque das Bandeiras
14.7. Lista de
presentes na pré- conferência da ONG Camará
14.8. Lista de
presentes na pré – conferência do CER Vila Margarida
14.9. Produção do dia 30.08 na pré – conferência do CRAS
Parque das Bandeiras
14.10. Produção do dia 13.09 na pré – conferência da ONG
Camará
1.11. Produção do dia 20.09 na pré – conferência do CER
Vila Margarida
São Vicente, outubro
de 2011.
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